sexta-feira, 27 de novembro de 2009

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO

Quando se fala em biotecnologia, uma das primeiras perguntas a vir em mente é o custo da técnica, ou seja, qual a viabilidade econômica do emprego de tal técnica. Antes de abordar os aspectos econômicos é importante ressaltar algumas vantagens do uso da inseminação artificial. Em qualquer literatura que consultarmos, veremos uma série de vantagens em relação à inseminação artificial, como:
Melhoria genética;
Controle sanitário de doenças sexualmente transmissíveis;
Animais padronizados e com maior potencial de produção;
Uniformidade dos lotes;
Diminuição do custo com reposição de touros;
Uso de touros provados, diminuindo os riscos inerentes ao uso de touros que foram selecionados através de características morfológicas;

Ao analisar as inúmeras vantagens pode-se de primeira mão concluir que se trata da técnica perfeita, com capacidade de trazer somente benefícios. Neste momento surge outra pergunta. Qual o motivo de uma técnica com tantas vantagens ser pouco utilizada no Brasil?

De 2000 a 2005, houve aumento na quantidade de sêmen comercializado, aumento esse considerável, mas muito pequeno quando comparado ao número de vacas de corte inseminadas no Brasil. Para analisar a eficiência reprodutiva de um rebanho, pode-se dispor de uma ferramenta que consiste no cálculo de índices, como a taxa de prenhez por exemplo, que traduz a velocidade com que as vacas ficam gestantes, a partir do período voluntário de espera, índice constituído de quatro fatores que irão, de maneira direta, influenciar a taxa de prenhez, sendo eles:
Fertilidade da vaca (%);
Fertilidade do touro (%);
Eficiência na Detecção de Cio (%);
Eficiência na Inseminação (%);

O trabalho conduzido por MIZUTA (2003), utilizou o sistema de radiotelemetria para estudar o comportamento reprodutivo de vacas Nelore, Angus e Nelore x Angus, e indicou uma maior incidência de estros (cios) durante o período noturno e o tempo de manifestação do estro durou menos 4 horas, quando comparado a vacas Bos taurus (Angus).

Outro estudo conduzido com vacas da raça Nelore verificou que, 53,8 % das vacas começaram o estro no período noturno e 46,1 % terminaram o estro durante a noite (PINHEIRO et al. 1998).

Como se pode verificar, um dos grandes problemas relacionados à inseminação artificial no Brasil, refere-se à dificuldade de detecção de estro, pois, 70% do rebanho é constituído de animais de origem indiana (Bos indicus), puros ou mestiços, afetando de forma bastante significativa a taxa de prenhez do rebanho, devido a falhas no manejo de detecção do estro.

O rebanho bovino de corte no Brasil é composto por animais com predominância de sangue Zebu (Bos indicus), mantidos a pasto e criados em grandes fazendas, dificultando o manejo e a detecção de estro em programas de inseminação artificial. Pode ser observado na Tabela 2, que a taxa de prenhez é influenciada diretamente pela eficiência de detecção de estro, afetando de forma significativa o resultado final do processo.

Na procura por mais eficiência na taxa de prenhez em programas de inseminação artificial, vários protocolos foram desenvolvidos para sincronizar a onda de crescimento folicular e a ovulação em bovinos de corte (BARUSELLI et al. 2003; MADUREIRA et al., 2004) e leite (SARTORI et al., 2006; VASCONCELOS et al., 1999), permitindo inseminar um grande número de animais em um horário fixo, sem a necessidade de se detectar o estro (Figura 1). O emprego desta técnica além de eliminar a necessidade de se detectar o estro, traz outras vantagens como:
Possibilidade de emprenhar um grande número de animais nos primeiros dez dias da estação de monta;
Concentração da estação de nascimentos;
Diminuição do intervalo entre partos;
Economia na mão-de-obra e concentração desta em determinado período;
Indução da ciclicidade de vacas em anestro temporário;
Redução do desperdício de sêmen, material e mão-de-obra com vacas inseminadas em horário errado;
Diminuição da necessidade da compra de touro;
Possibilidade de cruzamento entre raças, dispondo dos melhores animais do mercado;
Concentração do retorno do estro dos animais que não emprenharam em um período que varia de 15 a 25 dias após a IATF;
Aumento na eficiência reprodutiva;

Baseado nas inúmeras vantagens citadas, agora se pode responder a uma das primeiras perguntas. Quanto custa um protocolo de IATF?

Atualmente um protocolo de IATF custa de R$ 20,00 a R$ 25,00 por vaca, valor esse dependente do número de animais a serem inseminados e da capacidade de negociação na hora da compra.

À primeira impressão, o custo desta tecnologia parece ser elevado, mas se fizemos uma outra pergunta veremos esta biotécnica de outra maneira: Quanto custa mensalmente manter uma vaca no pasto?

Na região Noroeste Paulista, o aluguel da terra para manter vacas de corte não sai por menos de R$ 20,00 por cabeça/mês, fora os custos de manutenção dos animais como: mão-de-obra, sal mineral, vacinação e medicamentos.

Levando em consideração que 40 a 60% do rebanho pode emprenhar nos primeiros 10 dias da estação de monta ao utilizarmos a IATF, observa-se que somente o benefício da redução do intervalo entre partos supera os gastos empregados nos protocolos de sincronização. Na maioria das fazendas, muitos animais emprenham no final da estação de monta, ou seja, passam 3 a 4 meses no pasto comendo e bebendo, ou seja, sem trabalhar, sem produzir um bezerro, traduzindo-se em prejuízo para a empresa agropecuária.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A escolha da IATF como ferramenta capaz de melhorar a eficiência reprodutiva constitui-se em uma alternativa viável para rebanhos bovinos de corte.


Origem: AptaRegional - www.aptaregional.sp.gov.br
Daniel de Jesus Cardoso de Oliveira concluiu o mestrado em Zootecnia pela Unesp em 1998.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Diomar Fidélis

Os meus olhos não escondem segredos...Eu sou assim!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Eu sou diferente, mais não é por isso que eu vou ou devo mudar, entende?
Eu gosto de quem eu sou e gosto de ser asim, se outras pessoas não gostam, eu...
Mas eu não sei se eu quero que conheça...